Tertúlia sobre "novas formas de aprender"



"Novas formas de aprender". Este foi o tema da última Tertúlia organizada pelo Círculo, no passado dia 16 de junho, que reuniu cerca de 20 pessoas, entre as quais vários professores, envolvidos no projeto de Autonomia e Flexibilidade, na biblioteca da Escola Secundária de Arouca.

Para introduzir o tema e moderar a tertúlia, convidou-se o professor Luís Fernandes, diretor do Agrupamento de escolas do Freixo, em Ponte de Lima. O agrupamento ganhou vários prémios na área da robótica e é considerado exemplar pela Microsoft pelo uso da tecnologia na aprendizagem. 
img 0512Esta escola integra o Projeto-Piloto de inovação Pedagógica (PPIP), lançado pelo Ministério da Educação, que implica uma maior exigência em termos de responsabilidade e na autonomia para organizar o calendário escolar, horários, a matriz curricular e os programas, permitindo um ensino mais personalizado, através de um plano focado no aluno. Os professores não são obrigados a aplicar esta pedagogia; existem professores que continuam a ensinar de maneira mais convencional.
 
A pedagogia seguida assenta na capacidade em antecipar o futuro: saber ler o mundo para o integrar na escola; na aprendizagem personalizada, apoiando-se no uso das tecnologias; na valorização não só do sucesso mas também do insucesso: é com os erros que aprendemos. Os resultados conseguidos traduzem-se em maior sucesso escolar; os alunos estão mais bem preparados e conseguem adaptar-se ao ensino convencional.

Por seu lado, os professores da ESA sublinharam que em Arouca também existe aprendizagem personalizada no projeto Autonomia e Flexibilidade, recorrendo-se à transversalidade dos conteúdos. Há também professores que, não aderindo à flexibilidade, desenvolvem outros projetos inovadores. Constatou-se que é sempre difícil definir um programa inovador de ensino e, por vezes, as escolas precisam de um estímulo externo para o fazer.
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Foram ainda levantadas diversas questões sobre a experiência da escola do Freixo, tais como: Até que ponto se dá autonomia aos alunos? Como adquirem os conhecimentos? Em que medida esta experiência está a alterar o comportamento dos professores?

De facto, nem todos os professores querem entrar no mundo das novas tecnologias e existem professores que não querem mudar (porque estão bem assim). Ora, ninguém muda quando está a ser pressionado. As orientações não devem ser impostas, e podem demorar tempo antes de ser aceites. Em contrapartida, existem professores que são pioneiros e que demonstram que a suas ideias resultam. Há que valorizá-los.

Foi ainda feita uma referência à experiência educativa na Finlândia, evidenciando-se os seguintes pontos: a autonomia começa no ensino pré-escolar; cidadania; as instalações escolares são confortáveis e os professores são muito respeitados pelos alunos e pelos seus pais.

Por fim, relativamente a Portugal, observou-se que é necessário respeitar os professores para levar a cabo com êxito qualquer projeto educativo. Por outro lado, a autonomia das escolas implicará uma redução do poder do Ministério da Educação, e o esvaziamento da sua «pesada máquina» burocrática.

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